A maioria das pessoas pensa que as impressoras 3D surgiram por surpresa e de repente tornaram-se populares.
Nada mais longe da verdade, a história da impressão 3D remonta ao momento imediatamente posterior à invenção da impressora de jato de tinta em 1976. E ainda ao ano de 1800, se considerarmos certas inovações no campo da escultura como precursores da impressão em 3D.
Nunca se deixou de experimentar com a tecnologia e desde a aparição das primeiras impressoras 2D ficou claro que o próximo passo seria conseguir imprimir objetos físicos, mais além de desenhá-los num papel.
Neste artigo aprenderás o que há de mais interessante nesta história e os marcos mais importantes que as impressoras 3D foram alcançando pelo caminho até se converterem numa das tecnologias que estão a revolucionar o mundo devido ao seu número de aplicações em diversos campos.
A invenção da estereolitografia
O estudo das impressoras de jato de tinta e a sua evolução deu os seus primeiros frutos em 1984, quando Charles Hull (que viria a ser um dos principais atores da indústria ao ser cofundador da 3D Systems) trouxe à tona o conceito de estereolitografia (também conhecido como SLA) e vira o mercado de pernas para o ar.
Esta é a famosa patente US4575330A de Charles Hull, que desencadeou a revolução da impressão 3D e mudou a fabricação para sempre:
![](https://bitfab.io/wp-content/uploads/2019/12/patente-impresion-3D-Hull-1024x753.png)
Esta é a técnica que permite criar um objeto 3D a partir de dados digitais (que nada mais são do que zeros e uns). Em outras palavras, permite que criar um modelo 3D a partir de uma simples imagem.
Era revolucionário. Já se podiam fazer testes e ver como ficaria o objeto impresso de uma forma muito aproximada, sem ter que gastar tempo, recursos e materiais em testes.
Achas que as impressoras 3D mudaram muito desde 1984? Em absoluto! Aqui podes ver os diagramas apresentados por Charles Hull na sua patente original e a aparência de uma impressora estereolitográfica Form 2 na atualidade. A semelhança é impressionante:
![](https://bitfab.io/wp-content/uploads/2019/12/historia-de-la-esteriolitografia-1984-2015-1024x446.png)
Além disso, nasceu o formato de ficheiro STL, que hoje é o mais utilizado por todos os softwares de impressão 3D.
Ainda na década de 80, outros investigadores popularizaram métodos alternativos, como é o caso de Beaman e Deckard e a sua sinterização seletiva a laser, ou a empresa Stratasys, que patenteou a modelagem por deposição fundida e, uma década depois, acabaria adquirindo a tecnologia Polyjet Photopolymer.
As primeiras máquinas comerciais de impressão 3D
Em 1992, e da mão da 3D Systems, surgiram no mercado as primeiras impressoras SLA ou estereolitográficas.
Embora com imperfeições, já era possível criar um objeto camada por camada, de forma tridimensional.
![](https://bitfab.io/wp-content/uploads/2019/12/3d-systems-sla.jpg)
Um raio ultravioleta tornava sólido um tipo de foto polímero (líquido viscoso) e assim construía o objeto, sobrepondo planos uns sobre os outros de acordo com o desenho 3D enviado.
Uma destas máquinas, a trabalhar “sozinha” durante uma noite inteira, já podia ter uma peça bastante complexa pronta na manhã seguinte.
Expansão e diversificação da impressão em 3D
Dava-se o tiro de partida à impressão 3D experimentava-se com ela em todo o tipo de áreas.
Em 1999, já se estava a usar em medicina. Em concreto podia-se usar um revestimento sintético (partindo das próprias células do paciente) para implementar soluções a problemas em determinados órgãos, como a bexiga.
Em 2002 foi possível imprimir em 3D um rim completamente funcional. Claro, em miniatura e desempenhando funções aptas para um animal. Porém, este avanço levou a investigação e o desenvolvimento deste tipo de soluções a outro nível, criando uma nova categoria: a Medicina Regenerativa.
Impressão 3D Open Source
Em 2005 já era possível realizar o sonho molhado dos amantes desta tecnologia. Surgiu a iniciativa RepRap (Replicating Rapid-Prototypers).
![](https://bitfab.io/wp-content/uploads/2019/12/impresora-3d-reprap-1024x576.jpg)
Este é um projeto de código aberto (popular na comunidade) para construir uma máquina de impressão 3D capaz de imprimir a maioria dos seus próprios componentes.
=O grande marco foi democratizar o acesso à caríssima tecnologia de replicação. Com este projeto seria possível suportar o investimento se quisesses experimentar a impressão de camadas usando filamentos de abs, pla, etc.
Em 2006 já existe a primeira máquina SLS (sintetização a laser seletivo); basicamente podem-se fundir os materiais durante o processo de impressão. E com isto já se pode começar a pensar na fabricação de próteses e peças industriais feitas com diversos materiais.
A máquina que se imprime a si mesma (quase) por completo
Em 2008, a RepRap concretizou o projeto de auto-replicação em 3D, ao fabricar uma impressora capaz de imprimir quase todos os seus próprios componentes. Já era possível obter peças para reparações da própria máquina ou a construção de mais impressoras. Chamaram-na de “Darwin”.
O fenómeno das impressoras 3D e as suas aplicações
A partir de 2008, a utilização de impressoras 3D disparou.
São criadas comunidades e serviços de impressão que permitem a qualquer profissional de qualquer área beneficiar-se da impressão de objetos em 3D a um preço baixo: designers, arquitetos, artistas, artesãos…
Imprime-se a primeira prótese complexa que não precisa de montagem e permite que uma pessoa ande com ela emulando uma perna desde o joelho até ao pé.
‘Do it Yourself’ kits e a bio impressão
Em 2009, os packs para construir a tua própria impressora 3D já circulam no mercado a preços razoáveis e, o que é melhor, também são open source.
Mas isso empalidece ao lado das bio impressoras 3D, com as quais já era possível imprimir um vaso sanguíneo, embora com tecnologia própria.
O salto ao mercado massivo e de consumo
Em 2011, a impressão 3D aplica-se a todo o tipo de indústrias e atinge os níveis mais elevados até aos nossos níveis a nível da investigação e da produção em larga escala e consumo.
![](https://bitfab.io/wp-content/uploads/2019/12/tendencia-impresión-3D.png)
E assim aparecem notícias como a construção de um avião funcional (não para uso comercial) de mais de 7.000€ totalmente impresso. Ou um carro ecológico (em termos de materiais) com um custo entre 12.000€ e 60.000€ que caiu no esquecimento quando ao impor-se o modelo elétrico.
Até se imprimem joias sem ouro e prata, o que permite reduzir os custos de produção no mercado da bijuteria.
Em 2012 consegue-se imprimir uma prótese de mandíbula completamente personalizada, e praticamente todos os anos desde então têm lugar novidades surpreendentes neste campo.
Uma revolução comparável à das energias alternativas
Hoje em dia a impressão 3D é uma tecnologia que está consolidada no mercado, mas ainda se encontra na sua infância e tem um potencial enorme
Pode pensar em imprimir protótipos de qualquer coisa, bem como peças, componentes ou designs.
Utilizar diferentes materiais com diferentes propriedades (como a impermeabilidade), diferentes cores, ou utilizar determinadas técnicas, como a do laser, cada vez mais demandada.
Não é absurdo pensar que o movimento que começou como um método “simples” de captura fotográfica de diferentes ângulos para esculpir uma obra-prima acabou por se tornar num dos melhores aliados para melhorar a nossa qualidade de vida num futuro que já está aqui.
Se quiseres experimentar o teu primeiro projeto com impressão 3D, podes enviar-nos uma mensagem e damos-te um orçamento em menos de 24 horas.